Drogas gratuitas no CCBB
Conselho para quem estiver com muita vontade de experimentar drogas: há uma opção bem melhor. Em vez de contribuir com o tráfico acendendo um "inocente" baseado num pedalinho da Lagoa, vale a pena dar um pulo no CCBB para conferir a exposição "Movimentos improváveis: o efeito cinema na arte contemporânea".
Dá pra viajar muito com os vôos líquidos, a caverna das ilusões, os corpos impossíveis. Meus preferidos foram, no entanto, "O quarto para dormir de pé", que, surreal e perturbador, parece saído de "O cão andaluz"; a "prova da luz", uma mistura de ondas com algo tipo "Os pássaros" do Hitchcock; e a "Time Machine", de um alemão que te obriga a se perguntar: "Será que o tempo passa? Será que as imagens permanecem? Será que o tempo fica? E as imagens transcorrem?" Muito louco. Dica: entre no círculo e veja a instalação (que é uma mistura de vídeo com foto cheia de japinhas) por dentro.
No final, quando já estiver sem saco para tanto surrealismo, entre no cofre Coke's Head Soup do Hélio Oiticica. Mesmo se não compreender nada - até entender (se é que entendi), eu achei que eram slides de alguém se barbeando e jogando água na cara, sob a perspectiva da pia (!) -, deite no colchão branco e relaxe, pule, role de um lado para o outro (é um dos melhores colchões que já vi). Nada que você não faria se estivesse sob o efeito da cannabis, bala ou qualquer idiotice dessas. E ainda por cima é de graça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui. Com educação, por favor.