quarta-feira, março 31, 2004

Jo, la Pendeja

Eu prometi a mim mesma que ia voltar a falar de coisas sérias. Ia criticar o Bush, citar um cara bonzão, me meter a falar sobre alguma forma de arte. Ou sobre o golpe de 64. Pensei em escrever sobre meu tio-avô, general que liderou as tropas do destacamento de Tiradentes até o Rio. Cogitei a hipótese de finalmente tocar no assunto Israel/Palestina.
Mas essas coisas sérias dão muita preguiça, e não têm me tocado tanto quanto meus próprios pequenos problemas. Acho que estou virando uma pessoa egoísta. E, pior, isto aqui está virando um diário.
Quanto menos tempo eu tenho para ler, estudar, escrever, ir à praia, malhar, jogar uma pelada, mais ranzinza eu fico. E quando eu acho que não estou produzindo, evoluindo, aprendendo, mais eu vejo o lado negro da Força. Meus amigos que me perdoem: não é TPM. Não está passando.
Mas alguns desses amigos estão me ensinando, mesmo sem querer, uma lição valiosa - não ligar tanto para as coisas. Em inglês, eu diria que eles são experts em whatever. Em bom portugês, digo que eles sabem como poucos ligar aquele botão escondido que todos devemos ter, com aquela palavra feia que começa com "F". Aos poucos, vou deixando de ser tão caxias, vou aprendendo que não posso fazer tudo com perfeição e que, no final das contas, tudo vai dar certo, mesmo que eu não tenha o mundo sob controle.
Só que ainda está difícil: perdoem meu mau-humor. Não tem nada mais chato do que conviver com alguém que vive reclamando da vida.

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