A gente sempre acha que não vai acontecer com a gente, que no final das contas o mundo é justo, o que importa é ser gente boa e quem é legal sempre ganha no final. A gente acredita que, por mais que pise na bola, o mocinho da história, que nem é perfeito, mas pelo menos é simpático e carismático, vai ficar com a mocinha e fugir para um lugar distante dos problemas. Por isso a gente fica meio abalado quando algo que, se não era previsível, era no mínimo possível, acontece. E, mesmo quando esse algo não vem bater na gente, nos abala porque nos identificamos com o alvo do destino ou de seus próprios desatinos, que provavelmente não acreditava que aquilo iria acontecer de verdade. Afinal, apesar de tudo, ele era bom e legal.
Só que o mundo não funciona assim. Não adianta ser legal. Eu me considero uma pessoa bacana e já tomei minhas porradas, inesperadas ou não. Fui cortada da minha primeira seleção brasileira, me machuquei em horas que não podia, tive uma melhor amiga traíra, fui demitida sem explicações após uma seleção de quatro meses e por aí vai. Mas, por mais que tentasse sempre me preparar pra qualquer situação, o pior é sempre inesperado porque no fundo não acreditamos nele. Nessas horas a esperança é um algoz, funciona ao contrário: temos esperança de que, no fim, dá certo.
Mas não dá. E isso me deixa puta da vida.
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